Crianças Online

Por Maurício Mota

Criança é multiplataforma. Elas hoje já nascem assim. São nativas digitais. Um horror para muitos, um fascínio para outros, a evolução de Darwin é um processo sem volta. Seu filho vai saber - ou já sabe - mais que você sobre o mundo digital.
As crianças brasileiras são as que mais acessam a internet no mundo, segundo o estudo Playground Digital, realizado pela Nickelodeon. São as que ocupam também o primeiro lugar no ranking dos países que mais acessam a web 2.0, a internet de relacionamento e colaboração. E ficam em segundo lugar no ranking das que mais divulgam conteúdo próprio.
Crianças brasileiras com 12 anos de idade conseguem realizar até oito interações entre diferentes tecnologias, revela outro estudo, o Kids Experts 2008, este da Cartoon Network. É uma pequena grande revolução social, comportamental e de consumo.
Para Farys Yakob, chief technology strategist da McCann de Nova York, o fato das crianças hoje nascerem e crescerem lado a lado com as tecnologias interativas torna o tipo de relação que mantém com o mundo digital completamente diferente da de outras gerações no que tange às referências de conteúdo e comunicação.
"Elas tem uma relação intrinsecamente participativa com o conteúdo e com o mundo. Para elas, tudo está aberto para ser adaptado, remixado e reconceituado", analisa. Ele acrescenta que "crescer sabendo que você pode publicar o que quiser na web, para quem você quiser, faz de você um ser humano diferente. As crianças nunca mais aceitarão não serem vistas ou ouvidas".
"Antes, elas escreviam sua experiências em diários pessoais. Hoje, escrevem e publicam em blogs", afirma Beatriz Mello, resposável pelo departamento de pesquisa da Viacom Networks Brasil... "Aquela tão conhecida frase 'não fale com estranhos' serve também para os dias de hoje, só que, em vez de as crianças evitarem falar com estranhos só na porta da escola, elas estão conscientes de que não devem falar com estranhos na internet", acrescenta. (...)
De 7.000 usuários do site cartoonnetwork.com.br entre 7 e 15 anos, o resultado indica que a multitarefa é uma realidade incontestável na vida da criança. (...)
A Nickelodeon pesquisou 7.000 crianças em 12 países, entre 8 e 14 anos, com acesso à tecnologia, independentemente de classse social.
86% das crianças brasileiras, acessa a web três vezes ou mais por semana, enquanto a média mundial é 70%.
81% das crianças brasilieras, uitilizam o celular três ou mais vezes por semana, 50% a mais do que as japonesas.
No ranking das que mais visitam sites de relacionamentos, as crianças da China ocupam o primeiro lugar (79%). As brasileiras estão em segundo lugar (67%). Depois Itália (53%), Suécia (47%), Inglaterra (34%), Austrália (25%) e Japão (2%).
As crianças se relacionam hoje com as seguintes tecnologias: Internet, MSN, Sites de relacionamento, Celular, Games, Mp3 players, Web 2.0 e TV.
http://meiodigital.digitalpages.com.br/home.aspx?edicao=10
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Opiniões

♠Kαяℓιηнα ЩЊ 52º
Esses números, se tratando de crianças brasileiras, me assusta um pouco.
Na minha opinião, é preciso ter muito cuidado com os conteúdos que essas crianças tem acesso. Turismo sexual, pornografia, pedofilia, games de sexo e violência... Mesmo com todo esse potencial de absorver informações e lidar com toda essa tecnologia simultaneamente, não podemos esquecer que a ingenuidade é a principal característica da personalidade infantil
e que, a inclusão digital das classes menos informadas, dá a muitas crianças a oportunidade de entrar nesse mundo, sem que seus pais se dêem conta de com quem seus filhos se relacionam virtualmente.
Nunca mais crianças vão brincar na rua! FATO!

Lorena [VOL]
Esses números, se tratando de crianças brasileiras, me assustam um pouco. [2]
Atualmente já nas séries iniciais as crianças tem aulas de informática.
Não sou contra isso, acho até importante, mas os cuidados devem ser redobrados.
Penso que isso requer atenção e imposição de limites por parte dos responsáveis.
Tudo que é em demasia/exagero resulta em algum tipo de malefício e isso não se aplica somente as crianças.
Foi-se o tempo em que a criança ocupava seu "tempo livre" jogando/brincando com vizinhos em um terreno baldio, brincadeiras de "rua" nunca mais vi (e olha que eu moro em uma cidade do interior)...
Subir em árvore então... Saudades da minha infância.
O fato é que tudo, mas tudo mudou e muito.
A violência nas ruas, a falta de tempo dos pais, as novas tendências, as necessidades...
São inúmeros os fatores que levam a tantas modificações nos cotidianos das crianças.
Por isso concordo, a questão agora não é mais tentar "evitar o inevitável" e sim achar a melhor forma de lidar com isso.

O que você acha disso?